O Potencial dos Corpos
A Alma
O que é que exactamente significa ser um instrumento da
alma?
O que é a alma?
Nós temos estas correntes de energia que acreditamos
conhecer às quais as pessoas chamam “os 7 Raios” e sabemos que estes raios são
formas de actividade divina. Eles têm origem nos 24 Anciões em torno do Trono.
Sabemos que o Trono não actua directamente, e esse Trono
impressiona 24 entidades, que são imensidões, que agem dentro da sua própria
imensidão, mantendo as suas cores, a sua táctica, banham com energia sistemas
planetários inteiros e diz-se que os três raios mais próximos da matéria, o 7º,
o 6º, e o 5º regem a casca do Homem, que é também a casca da Árvore da Vida,
aquilo a que a psicologia chama personalidade. A nossa personalidade estaria
existindo em 3 desses raios: Ritmo, Devoção e Síntese. Ou seja, ciclos (?), o
desejo de estar completo e a capacidade de ver sem distorção.
Estas 3 vastidões da actividade divina têm filhos que são:
os filhos planetários; os filhos do Homem; os filhos da Terra. Um corpo físico
que ....(?), um corpo de sentimentos que guarda a certeza absoluta que existe
uma felicidade, uma plenitude e uma alegria no Universo e um corpo mental que
quer conhecer.
Estas 3 Leis: a Lei do Ritmo; a Lei da Devoção e a Lei do
Conhecimento regem a nossa personalidade. Não existe nenhum hiato entre o
potencial dos deuses e o potencial da personalidade.
Este corpo físico tem o potencial de se sincronizar com o
seu duplo eterno e com o corpo crístico. Ele tem o potencial de adquirir um
ritmo, uma aspiração... exactos. É o 7º Raio.
O 7º Raio guarda, estimula, procura colonizar as coisas
físicas para atribuir uma sincronização entre as nossas células e o Amor, a Luz
e a Vontade divinas. No caso das células, o que elas virão a assimilar
profundamente é a luz cósmica. É porque existe uma carência neste planeta dessa
luz que as células estão constantemente em carência emergente. A relação entre
o 7º Raio e a imortalidade potencial do corpo é total.
Depois temos este corpo emocional, regido pelo 6º Raio, que
está constantemente procurando um objecto de devoção. O potencial deste corpo
emocional é uma expansão vital e afectiva que vai para além dos parâmetros
psicológicos e torna-se uma celebração de vida.
Então, o corpo físico submetido à lei do 7º Raio está
aprendendo a sua própria disciplina.
O corpo emocional busca constantemente aquilo que o possa
satisfazer, é uma fome de totalidade, alegria e vida, e se o potencial do corpo
físico é a imortalidade, o potencial do corpo emocional vital é um certo tipo
de climax, um estado de Bem Aventurança que é o termo católico para a cura do
corpo emocional.
A mente, que é um assunto sem fim, tem a vocação de
encontrar aquilo a que a tradição chama “a palavra perdida, o verbo”, a 5ª
essência do conhecimento com toda a interdisciplinaridade que lhe é feita,
surge o cristal mental, o diamante mental que é a síntese do conhecimento que
se traduz num equilíbrio profundo, num estado indescritível da mente iluminada.
Parece que a consumação do físico, do emocional e do mental
buscam tornar-nos iguais a qualquer coisa. Nós estamos desiguais, vamos ficando
menos desiguais, vamo-nos tornando semelhantes até que nos tornamos iguais.
Iguais a quê? O que é a alma? Donde vem? Qual é a sua
missão? Porque é que nós não somos o complexo Corpo/espírito? Porque é que
somos um complexo corpo/alma/espírito?
Dependendo das culturas e das religiões e do processo de
adaptação, do processo de aculturação, de aquisição de linguagem, dependendo
das regiões nós temos morfologias diferentes, mas, a partir de certo momento,
certos indivíduos começam a adquirir vibrações que se encontram iguais em
qualquer sítio do mundo. Um ser ligado à alma é um ser que tem uma vibração
igual em qualquer sítio do mundo. Um ser índigo é inconfundível.
Enquanto a personalidade pode ter muitas cores, e é bom que
tenha, porque a Árvore da Vida, na sua casca, corresponde ao mandato do Trono
“Crescei e Multiplicai-vos”. Isto corresponde à zona da Árvore em que os galhos
começam-se a multiplicar cada vez mais para criar o milagre da biodiversidade,
da psicodiversidade, da diversidade cultural, da exploração do Universo sem que
o indivíduo tenha que prestar contas a ninguém da sua forma de conhecer o
Universo e de ser com o Universo. Essa parte exterior da Árvore da Vida deve
gerar diversidade.
Temos este corpo físico regido pelo 7º Raio com o potencial
de imortalidade, temos o corpo emocional regido pelo 6º Raio com o potencial de
Ananda e este corpo mental regido pelo 5º Raio que tem o potencial da palavra
perdida, depois temos o corpo de luz ou corpo crístico que está em relação
directa com a nossa laringe e que guarda o teu nome cósmico sob a forma de uma
modelação de luz.
O teu corpo crístico é corpo crístico, corpo de luz, 5º
plano, ele guarda um desenho luminoso que é também um conjunto de sinosoidais
de fogo que reproduzem, exactamente, a intenção cósmica que subjaz à tua
criação.
Este corpo de luz, no seu próprio plano, é uma estação de
uma ordem de entidades encarnantes que são as estrelas vivas que se desprendem
do Trono e que fazem a descida integral, e o corpo de luz é a região mais baixa
da vida monádica. Esse corpo de luz consegue comunicar-se à nossa consciência prioritariamente
através da geometria sagrada, através de línguas que o mental não compreende,
através de frequências de consoantes e vogais e palavras dissilábicas e
monossilábicas que têm mais energia que (?) e o trabalho do corpo de luz é o de
criar, preparar a personalidade inteira, a começar pelo cérebro físico, para as
grandes iniciações.
O corpo de luz geralmente corresponde a um templo interno
onde a nossa alma se vai reequilibrar. É como um templo de 12 colunas no centro
de uma pequena ilha no centro de um grande lago, e ali a voz oceânica dos 24
anciões é ouvida mesmo, e a nossa alma vive constantemente entre essa ilha,
onde ela recebe esse banho de anamnese que lhe permite lembrar-se do que ela é
e o circuito até à caixa torácica aonde ela vem trazer o Amor e a Vida ao corpo
da personalidade.
A nossa alma está constantemente a fazer este circuito, ela
sobe até ao corpo de luz – 5º plano, depois desce até ao coração. É um longo
caminho! É um trabalho imenso! Porque a luz que tu és está numa vibração muito
secreta e as operações do quotidiano estão num nível muito concreto.
O Trono é um inversor de realidade. O Trono só pode criar um
universo porque, afirmando-o, nega-o, porque essa é a única forma de extrair
energia do infinito. Então, a única forma de existir um deus no centro de uma
galáxia (cada galáxia tem o seu Trono) é através da negação. Para que esse deus
possa ocupar esse plano, ele tem de negar a criação para poder receber a
energia do infinito, e, ao mesmo tempo, afirmar a criação.
Um Trono é um inversor de polaridades. Assim como um buraco
negro tem uma incrível concentração de gravidade, obriga a luz a curvar-se e
exercer um efeito de sucção sobre a luz cósmica, a luz física, os fotões, e nós
chamamos a isso gravidade material, o Trono é o centro de gravidade espiritual.
Significa que nós estamos a aprender a criar massa espiritual para podermos
sentir o centro de gravidade espiritual, e é o Trono que exerce o efeito de
atracção definitivo sobre a nossa alma. Ele é um centro de gravidade
espiritual.
Este corpo de luz é regido pelo 3º Raio, por isso é que se
chama corpo de luz. O 3º Raio é a luz que não tem chama, a luz activa.
Acima do corpo de luz existe o corpo monádico ou Zohar,
regido pelo 2º Raio e é inteiramente dourado, magnético. É o poder do amor
dentro de nós e é um corpo, um invólucro dentro do qual está uma chama.
O corpo de luz abaixo do corpo monádico transforma essa
chama suprema, que tu és, numa palavra, isto é, em sinusoidais de luz, cor e
fogo que são a tua presença, a tua realidade, a tua identidade cósmica. É uma
identidade potencialmente infinita.
E acima do corpo de luz encontra-se este envelope que é o
corpo Zohar que é o corpo da mónada (corpo monádico). Isto é regido pelo 2º
Raio.
O amor, realmente, é essa vibração dourada que está no plano
monádico.
E, acima disto, está um plano que é regido pelo 1º Raio
cósmico e que é o plano da vida divina.
Porque é que há uma distância tão grande entre a nossa
compreensão espiritual e o nosso dia a dia? E é aqui que entra a questão da
alma.
O corpo físico é regido pelo 7º Raio, o seu potencial é o
potencial do infinito, da imortalidade. O nosso corpo físico tem o potencial da
imortalidade, o que só acontece quando o corpo crístico realiza o seu potencial
que é encarnar a luz. Nós temos que trazer a luz do 3º Raio superior para
dentro do corpo físico. Quando o 3º Raio se justapõe ao 7º a luz do corpo
crístico funde-se com a vida orgânica, há uma mudança na salinidade e na
electricidade do corpo e as células são cunhadas com a imagem sagrada que está
no corpo crístico.
O corpo emocional tem o potencial da Bem Aventurança. O
corpo monádico guarda a vibração da alegria suprema, da liberdade total, isso
tem que descer ao corpo astral, e, então, o nosso corpo astral é cunhado com a
Bem Aventurança.
O corpo mental tem o potencial da palavra perdida. A mente
tem de encontrar a vibração da vontade/poder para que a vontade/poder possa
nascer nela e só então é que ela conhece a palavra perdida.
Estes 3 corpos são potenciais, isto é, o que podem vir a ser
está guardado bem acima da personalidade.
O corpo crístico tem o potencial de encarnar no corpo
físico.
O corpo monádico tem o potencial de encarnar no corpo
astral.
E o regente avatar tem o potencial de encarnar na mente.
Um dia vamos compreender que a Humanidade é a forma que o
Universo tem de criar a Harmonia.
Então notem:
O nosso corpo físico só se torna neutral quando ele encarnar
o corpo crístico.
O corpo astral só se resolve quando ele for banhado pelo
amor monádico.
O corpo mental só encontra a palavra perdida, a essência do
conhecimento, quando ele estiver submetido ao 1º Raio do teu ser total, e a
nossa alma não tem nada a ver com nenhum destes planos, nem com os senhores lá
de cima, nem com os senhores cá de baixo, a origem dela é uma terceira “coisa”,
não é nem os raios superiores, nem os raios inferiores. Isto é um ponto
extremamente importante.
O que é isto da alma? O que é o 4º Raio?
A pergunta é a mesma. Se um dia eu compreender a alma eu
compreendo o 4º Raio, se um dia eu compreender o 4º Raio eu compreendo a alma.
A alma é divina? Não. Foi gerada no Céu? Não. Foi gerada na
Terra? Não. É o fruto da Terra? Não.
Não é nada! É uma errante, vive uma diáspora, não tem casa,
não pertence nem aos deuses nem aos demónios. Eu não gostava de estar no lugar
dela! É muito mais simples ser uma mónada ou uma personalidade, agora, ser uma
alma, não desejo isso a ninguém.
O 4º Raio é o único que contém a ideia de guerra, todos os
outros raios são atractores.
O 1º Raio atrai a Vontade/Poder, é quase irresistível. É o
raio da persistência, é o que te mantém uma vida inteira na vida espiritual,
não há como sair. É o 1º Raio que vos impede de sair do Caminho. Não é um raio
que esteja sempre a actuar mas é magnético, é fascinante.
O 2º Raio atrai o Amor, ele é muito poderoso, ficamos
apaixonados por este amor dos avatares.
O 3º Raio é a Luz.
O Poder, o Amor, a Luz. A Luz, o Amor, o Poder. É isto o
tempo todo.
Significa que as personalidades estão muito conscientes dos
3 Raios Superiores – Raios de Aspecto.
1º Aspecto Divino (1º Raio) – Deus É. Não há nada que
possamos fazer em relação a isso.
Deus Ama e não há nada que possamos fazer em relação a isso.
O que quer que tu faças ele ama profundamente – 2º Raio.
O 5º Raio rege a nossa mente, é a expressão de um grande
deus, de uma grande frequência cósmica e isso que rege a nossa mente é algo que
nós conhecemos profundamente, porque nós dizemos: “Eu não compreendo.
Importas-te de repetir?” É o 5º Raio a pedir mais. É o raio que vê o mundo
concreto, vê o mundo das ideias e que relaciona o mundo das ideias, como por
exemplo a matemática, com o mundo concreto. Ele faz a educação do polegar
oponível já nos níveis superiores, ou seja, educa a nossa capacidade de acção.
E o 6º Raio dispensa comentários porque o que as pessoas
mais têm é Adoração, seja por açúcar, seja por Stº. António.
O 7º Raio é o raio do: funciona ou não funciona. É o raio da
operação final de tudo no plano etérico. Ou seja: “Essa ideia é muito
interessante mas não tem como nascer, falta-lhe 7º Raio”.
Ora, por intuição suprema nós sabemos o que é essa
Vontade/Poder, sabemos o que é esse Amor, sabemos o que é essa Luz e temos uma
quotidiana experiência de 5º Raio, e sabemos o que é o emocional, e sabemos o
que é o 7º Raio, a Ordem, a Disciplina, a Pulsação, e até temos a sensação que
já ouvimos falar tanto destas coisas que elas nos são familiares, mas não são,
o que nós temos é um pálido resíduo dos raios, mas a comunhão com os raios
ainda não sabemos o que é.
Agora, o raio de que menos falamos, que menos conhecemos, é
o raio que rege este trabalho no plano da manifestação profunda e é o raio que
rege a Humanidade. É o único raio que contém, em si, o termo conflito ou
guerra.
Enquanto que os outros raios são imediatos na nossa adesão,
o 4º – Harmonia através do conflito – que é o raio através do qual a humanidade
é iniciada, é muito menos frequente uma pessoa dizer: ”eu adoro conflitos”.
Ninguém diz: “eu adoro estar partido em dois”, “eu adoro uma parte de mim não
concordar com a outra parte de mim”, “eu cultivo o meu conflito”.
Psicologicamente isto não existe. Nós aparentemente trabalhamos muito com os
três raios superiores e com os três raios inferiores, mas, na verdade, tudo o
que nos acontece na vida é uma expressão do 4º Raio, porque esse conflito gera
depois uma coisa que o Universo não sabe fazer sem a humanidade, que é a
Harmonia.
Então, a Alma é a Senhora da Harmonia. A alma é a harmonia
que resulta do conflito. A alma é a palavra final quando o conflito termina. A
alma é a habitante do 4º Raio.
Nós temos um eu básico no nível físico regido pelo 7º Raio.
Este eu básico é uma coisa dos shamanes – 7º plano.
Temos um eu básico e psicoafectivo no nível emocional, a
chamada “criança interior”. Criança interior é uma coisa dos psico terapeutas,
já está no 6º plano.
Depois temos o ser social, a personalidade e o ego que é uma
unidade e uma entidade do 3º plano.
Depois temos um cristo interno, lá, no veículo da geometria
sagrada – 5º plano – Espiritual.
Depois temos um sol constante de Amor no 2º plano.
E, depois, temos um avatar do qual não sabemos nada –1º
plano.
E temos uma alma no 4º plano
e a única forma de virmos a casar as nossas visões cósmicas
superiores com o nosso dia a dia, é tornando-nos almas. É deixares que a tua
alma venha lá de cima e se torne dona de ti, se sobreponha ao eu básico, à
criança interior, ao ser social e à personalidade e ao ego, ao ser crístico, à
mónada e ao regente avatar.
Enquanto a alma não nascer só há conflito. E os conflitos
existem para nos dizer: “ainda não és alma o suficiente, ainda não trabalhaste
na criação da alma” porque a alma no plano dela é plena, é uma lua, uma
receptora, uma mediadora, uma diplomata e é uma Grande Senhora da Harmonia. Ela
é a única entidade que não pertence a nenhum território, nem o do mundo
terrestre nem o do mundo celeste, é uma gueixa porque ela tem de agradar a um
senhor e ao outro, e quando se diz que ninguém serve a dois senhores ao mesmo
tempo, isso refere-se às coisas do divino e às coisas anti divinas. Agora, o
problema da alma é adaptar o potencial dos corpos superiores (corpo crístico,
corpo monádico e regente avatar) ao potencial dos corpos inferiores – o
potencial da imortalidade do físico, o potencial da Bem Aventurança do nosso
emocional e o potencial da iluminação do nosso mental.
Esta Senhora raramente é compreendida, raramente é invocada
e consciencializada e nós estamos com os olhos postos em Deus, e noutras
coisas, e nunca temos os olhos postos nela. E todo o nosso sofrimento acontece
porque a alma ainda não atravessou o suficiente para o lado de cá porque nós
não olhamos para ela. Nós olhamos para a mónada com muito mais facilidade do
que olhamos para a nossa humilde alma.
A alma é a fonte de toda a Humanidade e de toda a Paz e
eficiência integral porque ela não pertence nem ao mundo dos deuses nem ao
mundo dos homens.
Há milénios que ela faz o trabalho secreto sem que o Homem
consciente a reconheça. A tarefa incrivelmente simples, descomplicada, de uma
pessoa se sentar e dizer: “hoje nem Deus nem a Terra, mas a minha alma”. É
conseguir cultivar a alma, dar à luz a sua própria alma, reconhecê-la e dizer:
“Senhora da Harmonia toma conta de mim” porque a lei da iniciação da Humanidade
é a Lei da Harmonia. Nós não somos iniciados nem para cima nem para baixo, mas,
ao meio. Ora, se existem 3 raios inferiores e 3 raios superiores, cada um com
as suas entidades próprias,
eu vou repetir:
o eu básico lida com o físico-etérico;
a criança interior é conquistada pelo emocional, muito
ligada ao 6º Raio;
o cientista, pensador ou mago que trazemos dentro de nós
está ligado ao 5º plano, ele busca a palavra perdida; depois há um hiato que é
o mundo da alma; logo acima há este corpo crístico que tem uma energia e uma
luz crística; e acima temos o explendor dourado que é a mónada; e depois o
regente avatar que é o nível divino.
A nossa alma é a única forma de casar a personalidade com o
espírito.
Meditação – meditar é estar no meio. Quando meditamos o que
acontece é que a personalidade recolhe e a alma vem ao de cima. Enquanto
estamos em meditação somos almas mas, este cultivar a alma, as energias
superiores (1º, 2º, 3º raios) não podem fundir-se na personalidade se não
houver uma prática constante de 4º Raio. Ora, o 4º Raio gera beleza, uma
incrível elegância na combinação das coisas terrestres com as coisas celestes.
Dar à luz a alma, criar o lugar da alma ou criar uma nova
harmonia é muito misterioso, é um trabalho profundíssimo porque a alma não está
nem em cima nem em baixo, está no profundo. Conseguir trazer a alma à
superfície implica o culto da elegância estrutural, da beleza psicológica,
mental, afectiva, física. Quem é que até agora compreendeu o culto da beleza
física como uma parte do trabalho cósmico?
O resultado da harmonia entre estas grandes coisas que as
pessoas contemplam como: os mundos intraterrenos; os raios superiores; a
activação da merkabah; a libertação da humanidade; a ascensão da Terra; Órion;
os grandes canais de ligação entre os mundos; as confederações cósmicas, este
mundo superior não tem como passar aqui para baixo se não existir um profundo
trabalho no 4º nível – harmonia através do conflito. Isso faz-se cultivando a
beleza. É um trabalho de reencontrar a beleza porque quando a alma está
presente ela sempre gera beleza. A alma dirá: “a tua espiritualidade é feia,
seca, má, ela é um beco sem saída, está cheia de medo, é cega”. Isto são coisas
da alma. O que ela está a tentar dizer é que o indivíduo não está a conseguir
transitar para o mundo da verdadeira recepção das energias vivas.
Existem 3 vibrações fundamentais da alma: candura; doçura e
beleza.
Uma das vibrações fundamentais é a candura que é a inocência
recuperada. É um indivíduo reencontrar a inocência e continuar sendo a
serpente. A candura é fundamental e é uma coisa que se vê instantaneamente: nas
mãos, na testa, na forma como tu tocas uma pessoa. A nossa alma não quer
apropriar-se do objecto de desejo mas quer senti-lo com muita intensidade e com
candura.
E depois há a doçura. Deixem-se dominar pela doçura. Sejam
doces. Esta doçura que vem da alma é lúcida. Trata-se de ser doce sem cair na
inércia do peso do mel. É como um chá de limão.... com mel.
Este trabalho de ser doce sem perder as gotas de limão é
fundamental.
A alma é o prazer de estar no meio, é a alegria de mediar, é
a invenção da harmonia cósmica. Esta capacidade elegante de o indivíduo ter uma
parte de si em Deus e outra parte no mundo e estar no meio. E a alma é uma
coisa que se cultiva, o que significa que seca, não a alma mesmo, que está na
4ª dimensão, mas a sua representação na Terra que é a nossa vida psíquica, é o
nosso coração. Para eu cultivar a alma eu tenho que cultivar a candura, a
doçura, a cordialidade, a diplomacia, a elegância, o sentido de proporção. A
alma está a criar uma vibração nova. Ela traz um fio de luz da mónada que o vai
combinar com um fio de luz instintivo para fazer uma coisa que não é instinto
nem mónada, que é o amor. “Mas isso quase não há!” dizemos nós.
Para cultivar a alma eu preciso de trabalhar exclusivamente
com detalhes. São os detalhes que exprimem a alma. É o cuidado com que dobras
as folhas de uma carta. Dobrar uma folha A4 depois de ter escrito coisas lindas
e voltar a dobrá-la, e enquanto estás a dobrá-la estás psiquicamente
irradiando, se o teu coração está aberto, aquela folha capta a energia da tua
alma! Não interessa o que tu escreves, só interessa a alma, porque senão tudo é
um sonho. O mundo é um sonho concreto e as regiões superiores, os portais, são
sonhos internos, mas são o cultivar desta candura, desta beleza, desta
serenidade e deste reposicionamento, porque se tu amas a tua alma não há mais
falta de auto estima. Não admira que haja falta de auto estima, porque um
indivíduo está a tentar amar um deus que não compreende e ao mesmo tempo é
puxado para um mundo agressivo (o da personalidade) que ele também não
compreende.
Só quando nós trazemos a alma para a vida é que o mistério
do céu e da Terra se revelam. A alma sabe exactamente que vibração secreta
colocar em cada pequena situação, e tu sabes que uma pessoa tem alma porque os
detalhes dela são de alta qualidade. É assim que se vê a presença viva da alma
de um ser.
A presença da alma tem a ver com uma relutância muito séria
em brilhar mais, em ofender de mais. Tu sabes que uma alma está presente porque
uma pessoa irradia uma vibração extremamente forte – 1º Raio – mas a sua
postura, o seu modo é experimental.
Este cultivar da cordialidade é que nos humaniza. Só quando
nós formos plenamente humanos é que podemos falar no Avatar da Harmonia.
A Harmonia é o que acontece quando: dois pólos aprendem um
com o outro; tu tentas servir a totalidade de um sistema; tu te recusas a
especializar um sistema num aspecto. A chave é a harmonia. É encontrar o ponto
médio quando as forças da Terra e as forças cósmicas fazem brilhar um cristal
que o Universo ainda não tinha visto até esse momento, e esse cristal foi
criado pela tua capacidade de esperar um pouco, pensar um pouco, reavaliar um
pouco...
O mundo da alma é um mundo de um cuidado psico afectivo
muito atento e lúcido à realidade dos outros e à nossa própria realidade.
Sempre que és cordial, doce, sempre que vives a candura a tua auto estima
aumenta.
A ascensão é o encarnar de uma parte do Homem que se
desfocou do físico etérico com a queda da Atlântida. A queda da Atlântida é a
queda do Homem, que é oculta.
Os corpos superiores e os corpos inferiores desligaram-se e
é por isso que nós hoje dizemos que temos 7 vidas, mas na Atlântida eles não
tinham 7 vidas porque os níveis superiores e inferiores estavam fundidos. O
corpo físico e o corpo crístico eram o mesmo daí a ideia do “corpo templo do
Espírito Santo” (3º Aspecto). Na Atlântida o corpo físico ou o Espírito Santo
eram a mesma coisa. Fisicalidade, kundalini e shekinah eram a mesma coisa. Nós
ficámos com esta base de carbono mas o corpo crístico saiu de nós.
Quando falamos em sincronização cósmica – 8º Raio – é trazer
o corpo crístico de novo para o corpo físico. Quando falamos em expansão
cósmica ou Alegria (Bem Aventurança) é quando o corpo monádico se liga ao corpo
astral e o que nós chamamos “identidade cósmica” – 10 Raio – é a sincronização
entre as energias divinas e a mente que geram a Transfiguração.
Não há como estes corpos superiores encarnarem na
personalidade se o indivíduo não desenvolver a alma, isto é, procurar trazer
para os chacras e para o consciente a sua alma e isso vê-se na oralidade.
Quando nós cultivamos a harmonia e ela se instala em nós, e
a harmonia é aquilo de que nós mais fugimos porque é o que nos torna mais
plenamente conscientes de nós.
Quando se diz: “esquece-te de ti mesmo”, como parte da tua disciplina
espiritual isso está ligado à necessidade de a pessoa descongestionar o plexo
solar. Agora, “esquece-te de ti mesmo” não é esquece a tua alma ou esquece a
tua harmonia. Esta expressão tem a ver com o plexo solar, com a ruminação
problematizante em que o nosso plexo solar e a nossa mente nos mantém. Isso é
“esquece”. Agora, a alma é: “lembra-te de ti mesmo”. É como se fosse necessário
dizer: “esquece-te a ti mesmo, portanto, lembra-te a ti mesmo”. É a transição
do plexo solar para o coração.
Então, este trabalho de candura, de elegância, de retorno a
si, pode dar a sensação de que a pessoa não está ligadíssima às forças
superiores mas ela está mais ligada do que nunca e ela está a trazer o calor da
alma para o coração, para a mente, para o sistema nervoso. Isto produz uma
autêntica cultura do Homem.
E o milagre é quando tu vais de vagar através da alma, de
repente começas a ter períodos de ¼ de hora, depois períodos de 1 hora, depois
períodos de 5 horas seguidas em que vês as coisas....
Quando nós conseguimos ir de vagar através da alma (?) o
canal começa a abrir imenso e então tu tens períodos cada vez mais largos de
experiência monádica.
Há um momento em que isto dá-nos uma prática tão profunda,
tão constante que se dá a fusão da personalidade com a alma – 3ª iniciação.
Essa fusão é de um amor, de uma doçura, cuidado, proporção,
equilíbrio e beleza, de um sentido de estilo, de uma penetração, de uma
inteligência!
Se eu me consigo posicionar ao meio, tudo vai bem. Espírito
sim, mas primeiro a alma, de forma que o espírito venha mais rápido do que nós
alguma vez pensámos.
Quando nós tentamos atingir uma consciência espiritual mas
sem ter consciência profunda da nossa alma, de repente temos experiências
espirituais umas atrás das outras. Quando não fazemos este trabalho de
aparelharmos uma sensibilidade para com a alma, falamos muito sobre o mundo que
há-de vir mas não o sentimos, a vida espiritual permanece para um lado e a vida
humana permanece para o outro.
Se eu me tornar uma alma, se eu souber extrair de dentro
essa candura, essa doçura, esse cultivar da minha própria identidade... eu não
sei.... Como definir a alma? É muito mais fácil definir o que está muito acima
e o que está muito abaixo mas isto que está ao meio é mistério!
Se eu conseguir dar à luz esse menino Jesus nas palhinhas na
caverna do coração, as relações humanas tornam-se um paraíso, permanecendo
humanas, e o avatar de 4º Raio nasce.
Por André Louro de Almeida
Publicado por Síntesis: http://luminaportugal.blogspot.com.br
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